[...] É preciso fomentar planos de carreira que não sejam apenas planilhas de valores, mas que tenham como princípio a equidade de oportunidades de desenvolvimento profissional Maria Luiza
Maria Luiza Fonseca do Valle é coordenadora geral de Gestão do Trabalho em Saúde do Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde. Mestre em Educação, formada em Educação Física, traçou sua trajetória na saúde ministrando aulas na graduação em educação física durante toda a sua carreira. Também assumiu cargos na Secretaria de Educação do Distrito Federal, como Secretária Adjunta e nos Ministério do Trabalho e Emprego, Previdência Social e Presidência da República, na área de gestão, experiência que procura trazer para a área da saúde. Hoje, atua no Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho, especificamente na Coordenação de Gestão do Trabalho em Saúde. A entrevista foi concedida a professora Janete de Lima Castro, Coordenadora do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Observatório RH - UFRN) em junho de 2015.
Observatório RH: Qual a importância do Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho em Saúde para o Ministério da Saúde? Maria Luiza: Eu diria que é um trabalho respeitado, o ministro Arthur Chioro, que vem de um governo municipal preocupado com o trabalhador, está sempre atento e cobrando ações que visem a melhoria das condições de trabalho e a valorização do trabalhador. O Departamento considera extremamente importante a implantação de planos de carreira que apontem para carreiras mais consistentes que possam, inclusive, auxiliar na fixação de profissionais em áreas de vazio de atendimento. É preciso fomentar planos de carreira que não sejam apenas planilhas de valores, mas que tenham como princípio a equidade de oportunidades de desenvolvimento profissional e que associem a evolução funcional à qualificação, garantindo assim uma carreira atrativa e promissora, onde o trabalhador vislumbre um final de vida laboral justo. Além disso, oferecer melhores condições de trabalho, estar atento a saúde do trabalhador, tudo isto é muito importante, assim como dialogar com o trabalhador. É impossível implantar as políticas do Ministério se não estivermos de mãos dadas com as políticas de gestão do trabalho em saúde.
Observatório RH: Qual o objetivo da Coordenadoria Geral de Gestão do Trabalho em Saúde, a qual você é a titular, no Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho em Saúde do Ministério da Saúde? Maria Luiza: O principal objetivo é a estruturação da área da gestão do trabalho em saúde, compreendendo que o trabalhador do SUS é de extrema importância para o bom atendimento do usuário. Por acreditar nisto, além do fomento a implantação de planos de carreira, estamos sempre trabalhando com políticas para desprecarização dos vínculos empregatícios, com a qualificação dos gestores, por meio dos cursos de aperfeiçoamento e especialização em Gestão do Trabalho, e com o incentivo a ações inovadoras nesta área.
Observatório RH: Considerando a prioridade que o Ministério da Saúde vem atribuindo ao trabalho da Mesa de Nacional de Negociação, como se dá a articulação da Coordenadoria Geral de Gestão do Trabalho em Saúde com a Mesa Nacional? Maria Luiza: A Mesa Nacional de Negociação Permanente do SUS está, operacionalmente, inserida no DEGERTS, o que proporciona uma integração total entre as ações da Secretaria Executiva da Mesa com a coordenação da qual sou responsável. Existe uma simbiose entre os temas discutidos na Mesa e o trabalho desenvolvido por nossa equipe.
Observatório RH: O Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho, por meio de sua coordenadoria, tem articulado diversas parcerias, inclusive com a nossa universidade com a realização dos cursos de especialização em gestão do trabalho e da educação na saúde, na modalidade Educação a Distância, qual a perspectiva de dar continuidade esta parceria tendo em vista que é uma demanda que se apresenta? Maria Luiza: O planejamento estratégico da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde está priorizando a qualificação do gestor, porque reconhece a potencialidade dos processos educativos para o fortalecimento e melhoria do SUS. Há cursos em andamento em todo país para gestores estaduais e municipais. E também muitos gestores formados levando experiências positivas e inovadoras para seu local de trabalho. Pretendemos continuar com os cursos de especialização e quiçá um curso de mestrado profissional também na área da gestão do trabalho, que tem sido bastante demandado pelos gestores.
