Rede ObservaRH - Observatório RH da UFRN

[...] No Amazonas, percebemos, infelizmente, descontinuidade no trabalho, haja vista a mudança dos gestores quando há mudança de governo, o que dificulta a continuidade das políticas públicas de gestão. Anízia Aguiar Neta

Entrevista

Anízia Aguiar Neta | Coordenadora local dos Cursos de Especialização e de Aperfeiçoamento em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CGTES), modalidade Educação a Distância (EAD) no Estado do Amazonas.Este curso é produto de parceria estabelecida entre Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Ministério da Saúde.

Anízia Aguiar Neta coordenadora local dos Cursos de Especialização e de Aperfeiçoamento em Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CGTES), modalidade Educação a Distância (EAD) no Estado do Amazonas, é pedagoga por formação. Começou a sua carreira voltada para educação de jovens e adultos, passando para a Fundação Oswaldo Cruz dedicou-se à área da saúde e às questões pertinentes ao Sistema Único de Saúde, voltando-se ao mestrado em Saúde Coletiva na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Anízia também é especialista em História da Saúde na Amazônia pela Casa de Oswaldo Cruz. Possui experiência na área de docência da saúde e é servidora da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), em Manaus/AM, onde atua na Secretaria Acadêmica colaborando com a gestão acadêmica dos cursos Lato Sensu, específicos da área de saúde. A entrevista foi concedida a Ingrid Beatriz da Silva, graduanda do Curso de Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde da UFRN e pesquisadora do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Observatório RH - UFRN), em novembro de 2015.

Observatório RH: Qual a situação da Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde no Estado do Amazonas? Anízia Aguiar Neta: A Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde no meu Estado vem apresentando uma melhoria justamente em razão do investimento do Ministério da Saúde na formação dos profissionais, sobretudo, com a instituição deste curso de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde. O avanço é significativo, venho acompanhando durante o curso a evolução dos alunos e posso perceber a mudança na forma como avaliam o trabalho, o ambiente onde estão inseridos e a própria atividade como gestores. Os alunos tem relatado a importância do curso para a melhoria das suas atividades no dia-a-dia.

Observatório RH: Qual a importância dos Cursos de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde para o cenário nacional e para o Estado do Amazonas? Anízia Aguiar Neta: Vivemos um momento no Brasil, embora vislumbremos mudanças, no qual a realidade demonstra que não há resolubilidade nos serviços de saúde, a gestão chega a ser muitas vezes confusa e com profissionais pouco preparados, um cenário que não é só visto no Amazonas, mas de Norte a Sul do país, pelo que percebemos. A gestão do trabalho é uma área, pelo que se percebe, que ainda está em pleno desenvolvimento no país. Não tenho dúvida que a formação que o curso oferece venha a impactar nos serviços de saúde não só no que tange a gestão do trabalho, mas também no serviço que é oferecido ao destinatário final: o usuário. No Amazonas, percebemos, infelizmente, descontinuidade no trabalho, haja vista a mudança dos gestores quando há mudança de governo, o que dificulta a continuidade das políticas públicas de gestão. Apesar disso, os gestores estão comprometidos e os trabalhadores da saúde são conscientes dos desafios a serem enfrentados. A perspectiva é otimista e temos caminhado para melhoria.

Observatório RH: Quais os tipos de projeto de intervenção você espera que sejam desenvolvidos? Anízia Aguiar Neta: Acredito que dois temas hão de se sobressair nos projetos de intervenção de curso e, posso afirmar, os alunos já têm manifestado interesse neles. Um deles, é a saúde do trabalhador, alguns alunos que atuam nesta área, ou que já atuaram e até aqueles que tem uma simpatia pela área, querem investir neste conhecimento; o outro ponto em destaque são as mesas de negociação. Os alunos em sua maioria relataram que não há mesas de negociação instituídas nos seus municípios e reconhecem a importância desta instância de debate.