Rede ObservaRH - Observatório RH da UFRN

[...] O conhecimento que adquiri durante o curso me proporcionou olhar para a gestão de recursos humanos no hospital não como uma mera gestão burocrática de recursos humanos. Andriério Lopes Pereira Sobrinho

Entrevista

Andriério Lopes Pereira Sobrinho | Egresso do curso Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde (UFRN) e secretário adjunto da Secretária Municipal de Saúde de Jucurutu/RN

Andriério Lopes Pereira Sobrinho é egresso do curso Gestão em Sistemas e Serviços de Saúde (UFRN). Pesquisador vinculado ao Observatório em Recursos Humanos da Saúde, Observatório RH-UFRN, do qual foi pesquisador bolsista, Andriério Lopes Sobrinho atualmente ocupa, desde janeiro de 2016, o cargo de Secretário Adjunto da Secretária Municipal de Saúde do município de Jucurutu no Rio Grande do Norte. Em 2014, participou da equipe de coordenação estadual do Projeto Caminhos do Cuidado, projeto desenvolvido pela Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde e, em 2015, ocupou o cargo de diretor Geral do Hospital Maternidade Terezinha Lula de Queiroz no município de Jucurutu/RN. No mesmo ano, ingressou no Curso de Especialização em Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, parceria da UFRN com o Ministério da Saúde, na modalidade educação à distância (EaD). Nesta entrevista, Andriério Lopes Pereira Sobrinho discorre sobre a importância do curso para a sua formação e para o desempenho do seu papel como gestor. A entrevista foi concedida ao jornalista Gustavo Sobral, membro do Observatório de Recursos Humanos em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Observatório RH - UFRN), em abril de 2016.

Observatório RH: Por que você escolheu o curso de graduação em Gestão em Sistemas de Saúde? Andriério Lopes Pereira Sobrinho: Sempre tive interesse em conhecer o funcionamento do Sistema Único de Saúde pois, como profissional, pretendia atuar nesta área, tendo em vista que, desde de criança, observava o trabalho de familiares meus que exerciam o papel de gestores em secretarias municipais de saúde. Sem entender muita coisa, ainda como leigo, acompanhava e via todo aquele processo que já me chamava a atenção. E decidi que minha vocação seria atuar na área. Minha turma de graduação foi a segunda da UFRN e desde então me apaixonei pelo curso e pelo Sistema Único de Saúde. Não pretendo fazer outra coisa da vida.

Observatório RH: E qual foi o papel do Observatório de Recursos Humanos na sua trajetória acadêmica? Andriério Lopes Pereira Sobrinho: Essencial. Não teria outra palavra para descrever. Tanto para a minha formação acadêmica, quanto profissional, quanto pessoal. Na formação acadêmica, me despertou o interesse para o universo da pesquisa; na formação profissional, para aprofundar meus conhecimentos sobre gestão; e pessoal, por permitir o contato com os pesquisadores e profissionais que desenvolvem seus trabalhos e atuam na área. Até hoje continuo como pesquisador do Observatório. Comecei a participar do Observatório na graduação. Fui selecionado pela professora Janete de Lima Castro, coordenadora do Observatório, junto a outros alunos do curso para participar do projeto como bolsista e continuei por todos curso até o final, quando me formei. Inclusive, desenvolvi o meu projeto de conclusão de curso na área da gestão do trabalho, orientado pela professora Janete Castro, junto com a colega do curso Nathalia Hanany Silva de Oliveira, também pesquisadora do Observatório. Estudamos o papel da mesa de negociação coletiva do município de Natal/RN.

Observatório RH: Nos fale um pouco sobre a sua trajetória no Observatório? Andriério Lopes Pereira Sobrinho: Quando comecei, o Observatório desenvolvia uma pesquisa junto ao Ministério da Saúde sobre as mesas de negociação coletiva de trabalho. Avaliávamos as mesas da região Nordeste e Sul, um estudo comparativo. Auxiliávamos a professora Janete Castro nesta pesquisa. Foi uma experiência enriquecedora. Apresentamos os resultados da pesquisa no encontro da mesa nacional em Brasília, com bastante repercussão. Também apresentamos trabalhos em diversos congressos e eventos da área. Também participávamos ativamente e com frequência de encontros e reuniões no Observatório promovidos pela professora Janete Castro para discutir Saúde Coletiva, inclusive, recebendo pesquisadores renomados do Brasil e do exterior para apresentar as suas experiências e trabalhos na gestão do trabalho e da educação na saúde. O Observatório sempre foi um grande fórum de discussão com a condução da professora Janete Castro. Relembro do terceiro encontro internacional em recursos humanos, que participamos em Brasília, voltados para ministros, funcionários do Ministério, com a presença de pesquisadores estrangeiros. O que me impressionou é que éramos os únicos estudantes presentes. O Observatório nos proporcionou está e tantas outras experiências únicas de aprendizado. O Observatório foi e sempre será uma verdadeira escola de formação. Foi participando do Observatório que o mundo da gestão e da pesquisa me envolveram ao ponto de, é o que planejo para o futuro, além de atuar na área de gestão, pretendo continuar a minha formação na área ingressando na pós-graduação e um dia me tornar professor do curso e contribuir com a formação profissional dos gestores.

Observatório RH: Qual a importância da sua formação acadêmica para a atuação profissional que você veio a desenvolver na gestão do hospital e na sua atuação na secretaria municipal de saúde? Andriério Lopes Pereira Sobrinho: O conhecimento que adquiri durante o curso me proporcionou olhar para a gestão de recursos humanos no hospital não como uma mera gestão burocrática de recursos humanos. Procurei desenvolver junto aos profissionais que atuavam no hospital, em todas as esferas, dos médicos ao pessoal responsável pela limpeza, a conscientização de que estamos lidando com pessoas e devemos oferecer o melhor atendimento possível, um atendimento humanizado. Outro fator relevante, e até uma barreira a ser vencida, é a visão do diretor como um gestor no topo de uma hierarquia que toma decisões unilaterais e propor uma gestão mais participativa e menos centralizadora, foi a que procurei implantar. Procurei também demonstrar e guiei a minha gestão guiado pela perspectiva que as decisões devem ser tomadas em conjunto e que o gestor é um mediador. E sempre tive em mente que o gestor precisa estar junto ao profissional da saúde, é fato certo que, quando o profissional se sente estimulado, ele oferta para o serviço um melhor atendimento. O mesmo olhar trago para a secretaria municipal de saúde, onde, como secretário adjunto me tornei responsável pela gestão de recursos humanos onde procuro aplicar este modelo de gestão. No momento, estou trabalhando na aplicação prática do meu projeto de intervenção, resultado do curso de Curso de Especialização em Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (curso desenvolvido pela UFRN em parceria com o Ministério da Saúde, na modalidade EaD). O meu projeto de intervenção compreende a criação do núcleo de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde na Secretaria Municipal de Saúde de Jucurutu. Este é o desafio que tenho a frente da secretaria e que espero conquistar.